A Destruição da Casa de Deus
e a essência de um povo.
40 anos após a morte de Jesus, o templo do Senhor em Jerusalém é destruído. Flávio Josefo, em seu livro, A Guerra Judaica, descreve a horrível cena:
“À medida que as chamas vindas do templo se elevavam no ar, os judeus lançaram um grito que correspondia à calamidade. Eles correram em socorro da casa de Deus, sem pensar em salvar as suas vidas ou poupar as suas forças; pois aquilo que até então eles haviam guardado com tanta devoção estava desaparecendo diante de seus olhos.”
A tradição judaica atribui a data desse terrível evento ocorrido no ano 70 da era cristã, como sendo a mesma data, ou seja, o mesmo dia mas em ano diferente, da destruição do primeiro templo. O profeta Jeremias descreve:
No décimo dia do quinto mês do ano, décimo nono de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nebuzaradã, o chefe da guarda e servidor do rei da Babilônia, veio a Jerusalém.
E queimou a Casa do Senhor e a casa do rei (…)
Jeremias 52.12-13
Essa coincidência de datas, fortalece a tese de que a destruição do templo, 40 anos depois da morte de Yeshua, não foi uma simples coincidência. Surpreendentemente, Ambas as distribuições do templo aconteceram exatamente na mesma data do calendário judaico em que o templo de Salomão foi destruído pelos babilônios, cerca de 650 anos antes.
Como explicar duas destruições do mesmo local no mesmo dia só que 650 anos depois?
Não soaria estranho se, o prédio que substitui as torre gêmeas de Nova York fossem destruídas novamente no dia 11 de setembro? Esse fato impressionante fica ocultado quando se estuda a história sem levar em consideração o calendário Bíblico. No calendário que usamos hoje instituído, por Papa Gregório em 1582, não existe nenhuma dica sobre essa coincidência.
Os interessados em estudar a Bíblia e ainda não conhecem o calendário judaico acabam perdendo muitos detalhes importantes e tendo uma leitura incompleta. Por outro lado, aqueles que analisam a verdade bíblica e a história usando as ferramentas de interpretação usadas pelo povo que escreveu a bíblia, podem ir mais longe. Usando o calendário judaico, vemos coincidências desconcertantes, e, a ideia de que Deus está por trás desses acontecimentos se fortalece.
Babilônica destruiu o primeito templo. Roma destruiu o segundo. Babilônia e Roma, mãe e filha são guiadas pelo mesmo espírito. Aqueles que se curvam diante de seus ídolos mudos, e de suas estátuas de escultura estão embriagados nos seus pecados e sofrerão as consequências de sua idolatria.
A realidade percebida pode ser falseada e escondida quando a análise dos dados, mesmo que na nossa frente, são vistos através de lentes embaçadas por paixões, cultura e fé.
Como a própria palavra de Deus diz:
Então, contemplei toda a obra de Deus e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá achar.
Eclesiastes 8.17
Voltando a destruição do Templo, temos que a conquista de Jerusalém por Roma, funcionou como uma sentença de morte contra toda uma civilização, seus efeitos podem ser sentidos até hoje, haja visto, a extinção do calendário bíblico, ou seja, o calendário judaico.
Assim como Jesus ficou dois dias morto e só ressuscitou no terceiro dia, assim também já se passaram dois mil anos desde que o templo em Jerusalém foi sepultado. E a pergunta que fica é: veremos o templo de pé novamente?
A destruição do Segundo Templo, justamente 40 anos depois da morte de Yeshua nos faz lembrar das palavras de Jonas:
(…) Daqui a quarenta dias Nínive será subvertida.
Jonas 3.4
Mas porque lembrar das palavras de Jonas? Ora, Deus disse a Jonas que haveria um prazo de 40 dias para que houvesse arrependimento. Podemos dizer que Deus deu também mais 40 anos para aquela geração que presenciou Yeshua para desfrutar do Templo em Jerusalém até que, no ano 70, ou seja, 40 anos após a sua morte e ressurreição, o templo, a casa de Deus foi destruída e o governo de Roma, proibiu a presença de judeus em Jerusalém.
Aqueles que não foram mortos, foram levados para Roma onde, escravizados, construíram obras arquitetônicas impressionantes como o Coliseu. O grande candelabro de ouro que ficava dentro do Templo foi levado. Esse fato está documentado inclusive no famoso Arco de Tito, construído em comemoração da vitória romana.
Apesar desse exílio não ter sido o primeiro, foi o mais longo pois dura até hoje. Apesar do moderno Estado de Israel ter sido criado em 1948, ainda existem muitos judeus vivendo fora de Israel e o Templo permanece em ruínas.
Deus tem formas inusitadas de trazer o seu povo de volta, quando a rebeldia ou descaso, Deus não permanece calado – Não só isso, Deus age.
Podemos perceber isso no episódio do enterro de Jacó. A palavra diz que Jacó fez José, seu filho, jurar que seus ossos não ficariam no Egito, mas que ele, José, e seus irmãos deveriam sepultá-lo na terra de Israel.
Meu pai me fez jurar, declarando: Eis que eu morro; no meu sepulcro que abri para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás (…)
Gênesis 50:5
Essa poderia ter sido uma grande oportunidade para José e seus irmãos voltarem definitivamente para a terra prometida.
Mas a palavra nos conta que eles resolveram voltar para o Egito. Vejamos:
Depois disso, voltou José para o Egito,
ele, seus irmãos e todos os que com ele subiram a sepultar o seu pai.
Gênesis 50:14
Um leitor atento se perguntaria: Mas porque Jacó queria seus ossos em Israel? Afinal seu filho José era a mão direita de Faraó. José poderia ter construído para o seu pai uma imensa pirâmide em sua honra.
A Bíblia não explica porque Jacó fez esse pedido, mas podemos especular….. hmmm…..
Jacó foi bem enfático, ele não queria que seus ossos não ficassem no Egito.
Agora, aqui é interessante saber que, a palavra ossos em hebraico também significa essencia/ עַצְמ֣וֹת /atzmot .
ossos / essencia/ עַצְמ֣וֹת /atzmot
A essência/ עַצְמ֣וֹת /atzmot de Jacó,
não pertencia ao Egito.
Quando José e seus irmãos se depararam com a oportunidade de seguir em direção à terra prometida por Deus, eles foram, mas optaram voltar para a terra do Egito. Essa decisão poderia ser interpretada como uma recusa em reconhecer sua verdadeira identidade, sua essência, que está intrinsecamente ligada às promessas divinas. Vale ressaltar que o Egito oferecia uma realidade de abundância e conforto, o que torna essa escolha ainda mais significativa. É como se eles estivessem priorizando o conforto imediato em detrimento da esperança e da promessa de um futuro abençoado na terra que Deus havia prometido.
Assim, ao permanecerem no Egito mesmo após a morte de José, eles acaboram sendo submetido à escravidão. Escolheram permanecer como ricos estrangeiros em uma terra que não era a deles, em vez de buscar se estabelecer como donos da terra prometida por Deus. Antes que fossem completamente assimilados, Deus mesmo, através da mão pesada de Faraó, fez com que suas vidas se tornassem tão insuportáveis que, ou se assimilaram de vez ou teriam de pagar um preço para continuarem existindo como povo.
Ora, a essência do povo de Israel está ligada à sua terra e ao seu templo. Negar isso é compactuar com a agenda anti-Deus. Deus declara: Israel é meu filho.
A opressão de Faraó, por incrível que pareça, acabou despertando a consciência e a identidade dos filhos de Israel. Eles superaram desafios e construíram uma história que funciona como um mapa para uma caminhada em busca de Deus, de seu Messias e de sua Lei.
A história de Ester, ocorrida cerca de 400 anos antes de Cristo, traz uma história que muito se assemelha à saga de Moisés. Na época muitos israelitas já haviam retornado do exílio para reconstruir o templo e estabelecer o sistema sacrificial.
Porém, Ester e um número significativo do povo judeu estavam vivendo espalhados por toda a Pérsia. Embora lhes tivesse sido concedida a liberdade de regressar à sua terra natal, muitos permaneceram onde se estabeleceram, em vez de regressarem a uma Jerusalém devastada pela guerra.
Por algum motivo Ester e Mordecai não haviam retornado. Será que não estavam interessados em cumprir a ordem profética de retornar?
Parece fácil criticá-los mas, pensando bem, uma coisa é acreditar em Deus e por isso ter uma boa conduta, um bom comportamento moral, mas… mudar de país, retornar a um local abandonado, enfrentar incertezas, falta de estrutura. Já é bem mais difícil.
Na ocasião, parece que Deus resolveu dar uma “mãozinha”. Pois lá eles estavam, felizes e saltitantes… até que, se levantou um novo Faraó: Hamam. Esse tal Haman, era amigo do Rei, o marido de Ester. Esse tal Aman, um descendente dos Amalequitas, a seguinte proposta:
Então, disse Hamã ao rei Assuero:
Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, e lhe disse: Essa prata seja tua, como também esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado.
Ester 3. 8 a 11
O espírito de Amaleque é o espírito do anti-Cristo, é também o espírito anti-judeu, anti-Sion, anti-Jerusalém, anti-calendário judaico e anti-Templo.
Foi esse espírito que guiou os inimigos de Israel através da história. Foi o espírito que inspirou os nazistas a cantarem noite de paz enquanto levavam os judeus para câmaras de gás.
A importância da terra de Israel é inegável. Foi lá que nasceu o Messias, e será para lá que ele retornará. O exílio de Roma, iniciado 2.000 anos atrás, precisa terminar.
Seriam os acontecimentos recentes um empurrão de Deus para chamar o seu povo de volta à terra de Israel?