Ao explorar os recantos mais sombrios da história humana, encontramos algo real e palpável: o ódio ancestral aos judeus. Estamos nos referindo ao anti-semitismo moderno ( ódio ao judeu) que se disfarça de anti-sionismo (ódio ao estado de Israel). Ou seja, estamos falando sobre a tentativa de deslegitimar e criminalizar a existência de um estado Judeu.
As impressões digitais dos espíritos ligados ao desejo de extermínio dos judeus podem ser vistas claramente no ataque do Hamas e na reação de seus apoiadores. A horda que emerge do lamaçal do desdém e da ignorância repete mantras malignos que nos lembram o que relata o salmo 83:
“Os teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam a cabeça.
Tramam astutamente contra o teu povo e conspiram contra os teus protegidos.
Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as nações; e não haja mais memória do nome de Israel.
Pois tramam concordemente e firmam aliança contra ti” Salmo 83 -2 a 5.
Poderia parecer um exagero buscar nas histórias da antiguidade explicação para os eventos atuais. Porém, como dizem os sábios judeus: história judaica é profecia! O mundo espiritual está entrelaçado a eventos políticos e religiosos.
Existe um personagem Bíblico, que parece estar particularmente associado a esse espírito genocida contra os Judeus: Amaleque.
Esse povo, esse espírito, é bastante antigo. Vejamos:
“Amaleque é o primeiro das nações; porém o seu fim será destruição.”
Números 24.20
Porém, esse povo, esse espírito, está na mira de Deus. Ele promete:
(…) hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.
Êxodo 17. 14
Quem era Amaleque? O que significa: riscar a memória de Amaleque?
A referência à terra dos amalequitas aparece pela primeira vez em Gênesis, em meio ao relato de uma guerra envolvendo 9 nações antiquíssimas. Essa guerra poderia até ser considerada como a verdadeira “Primeira Guerra Mundial” da época.
Nessa ocasião, não são apresentadas informações sobre quem seriam os amalequitas. A única coisa que ficamos sabendo é que eles moravam em uma região chamada Hazazon-Tamar.
Ora, hazazon/חַצְצוֹן em hebraico significa arrogante, e Tamar/ תָּמָר significa tamareira.
Ora, as Tamareiras são árvores resistentes, suas sementes duram muito e podem ser plantadas depois de vários anos guardadas. Ora, o Espírito de Amaleque, o espírito de arrogância, é como uma árvore resistente, difícil de ser erradicada e cujas sementes são muito duráveis.
Os Amalequitas realmente entram em cena no livro de Êxodo. Nessa ocasião o exército amalequita veio e atacou Josué e seus homens. Eles tiveram que lutar duramente para se defender. Venceram, pois Moisés orava por eles. Então Deus promete:
Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué: que eu totalmente hei de riscar a memória/ זֵ֣כֶר de Amaleque de debaixo dos céus. (…) Porquanto jurou o Senhor, haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração.
Êxodo 17.14 a 16
No relato bíblico fica claro que o ataque sofrido por Israel foi precedido de brigas e dúvidas internas, o que favorece o terreno para um inimigo. Mas, o que teria motivado Deus a proferir um juramento tão extremo sobre os Amalequitas? Afinal de contas, esse tipo de palavra não é comum nas escrituras. O que poderia significar: “haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração” ?
Analisemos com cuidado, existe aí uma dica de que, Deus não está se referindo somente a um personagem ou a um povo, mas, Ele está falando sobre um espírito, um esquema maligno que se repete de geração em geração independentemente de quem seja esse povo. Independente de raça, etnia ou nacionalidade, é um espírito que Deus quer combater.
No livro de Deuteronômio aprendemos o motivo pelo qual Deus reprovou tanto o comportamento dos amalequitas. Vejamos:
Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito; Como te saiu ao encontro no caminho, e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam atrás de ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus. Deuteronômio 25:17
O ataque sorrateiro e covarde de amaleque que feriu todos os fracos que iam na retaguarda, tinha como alvo primeiramente aniquilar os mais indefesos: mulheres e crianças. Esse é o DNA do espírito Amalequita! Ora, essa é também a marca dos ataques terroristas do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro de 2023.
Muitos anos após esse ataque no deserto, depois de Israel já ter entrado na terra prometida e estabelecido um reino judeu, o rei Saul é desaprovado por Deus que lhe retira o cargo por um erro aparentemente pequeno: após uma batalha contra o inimigo ele deixa vivo Agague, o rei dos Amalequitas. Isso contraria a clara instrução que lhe foi dada:
Vai, pois agora e fere a amaleque e destrói tudo o que tiver, e nada lhe poupe.
1 Samuel 15:3
Anos mais tarde, a semente do mal rebrota na Pérsia (atual Irã). O Rei da Pèrsia, sob a influência de um homem chamado Hamã, assinou um decreto genocida contra os judeus que haviam sido transportados para lá. Esse tal Hamã, esse “amigo” do Rei da Pérsia, é descrito como o Agagita, ou seja, como um descendente de Agague, o rei dos Amalequitas! Aquilo que Saul falhou em eliminar completamente retornou assombrando o povo judeu.
Esse Hamã, Agagita, ou seja, Amalequita, ficou furioso pelo fato de que Mordecai, primo da rainha Ester, não ter querido se inclinar diante dele. Como ele era hazazon/ חַצְצוֹן/ arrogante, esse simples fato o levou a planejar um genocídio.
Ora, os Judeus sempre incomodaram os déspotas. Os déspotas gostam de ser tratados como deuses, mas os judeus dizem: Existe um Deus, e ele não é você.
A história de Ester dá origem à festa de Purim, ou seja, a festa da sorte. Hamã lançou sortes/purim para escolher a data para realizar seu plano de genocídio. Porém, ironicamente, a data que ele escolheu se tornou a data da celebração da reviravolta. Foi o dia do triunfo do povo judeu.
Anos mais tarde, essa história, se tornou quase que uma obsessão para os nazistas. Como observa o historiador Martin Gilbert, os nazistas estavam bem cientes dos feriados judaicos e os usavam para sua selvageria. Por isso, esses dias tornaram-se conhecidos pelos judeus como “ o calendário de Goebbels”. Muitas atrocidades foram cometidas especificamente em Purim.
Por exemplo, na Festa de Purim de 1942 em Zdunska-Wola, dez judeus foram enforcados pelos nazistas “em vingança por Haman”.
Em 1943, durante a festa de Purim, os nazistas enganaram os judeus do gueto de Piotrkow pedindo dez voluntários para fazerem parte de um suposto programa de intercâmbio para alemães que viviam na Palestina. Depois de conseguirem os voluntários, eles os fuzilaram e se divertiram com a pegadinha.
Hitler, em um discurso no dia 30 de janeiro de 1944, alertou aos seus subordinados que, se os nazistas fossem derrotados, os judeus poderiam celebrar “um segundo Purim triunfante” e isso seria o fim.
É importante observar que, o que Hitler praticou já havia sido plantado anteriormente. Em 1543 , Lutero publicou um livro intitulado: “Sobre os Judeus e suas mentiras”.
Lutero, conhecido como pai da reforma protestante, adotou uma retórica violenta e inflamada contra os judeus. Ele argumentou que suas sinagogas e escolas deveriam ser incendiadas, suas casas destruídas, seus livros religiosos confiscados e seus rabinos proibidos de ensinar. Ele também encorajou a matança de judeus. A semente amalequita/anti semita plantada por Lutero, cresceu e se transformou no que hoje conhecemos como o Holocausto.
Outra obra literária de forte inspiração Amalequita/Nazista é o Hadith. O Hadith é uma importante fonte de jurisprudência do Islamismo. Vejamos:
“A Hora não começará até que os muçulmanos lutem contra os judeus e os muçulmanos matem eles, até que um judeu se esconda atrás de uma rocha ou árvore, e a rocha ou árvore diga: Ó muçulmano, ó escravo de Allah, há um judeu atrás de mim, venha e mate-o.”
Os Hadith, que foram compilados nos séculos VII e IX, são amplamente aceitos e formam o núcleo das crenças islâmicas. Eles serviram de inspiração para o Estatuto Oficial do Grupo Terrorista Hamas que afirma:
“Israel existirá e continuará a existir até que o Islã o destrua, tal como destruiu outros antes dele”
Mártir, Imam Hassan al-Banna
Isso não te lembra o que está escrito no salmo 83 sobre o que dizem os inimigos de Israel:
Vinde, risquemo-los de entre as nações; e não haja mais memória do nome de Israel.
Também, no Estatuto de fundação Hamas diz:
“Não há solução para a questão palestina exceto através da Jihad (guerra santa).
Iniciativas, propostas e conferências internacionais são uma perda de tempo e esforços vãos.”
Documento fundação Hamas
Baseado nos princípios explicitados acima, não é preciso ser um gênio espiritual para ver que a semente de Amaleque brotou novamente. O DNA de Amaleque é visível no ataque covarde que o grupo terrorista Hamas perpetrou contra Israel no dia 7 de Outubro de 2023.
Entretanto, aguardamos a resposta Daquele que prometeu uma reviravolta:
Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e
às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas;
Senhor dos Exércitos é o seu nome.
Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também
a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim.
Jeremias 31:36
Baseado nas palavras sagradas, concluímos que a existência de Israel permanecerá inabalável até que o sol se apague, a lei da gravidade cesse e tudo desmorone. Por isso, nenhuma nação, nenhum grupo terrorista, conseguirá fazer com que a descendência de Israel deixe de ser uma nação diante de Deus.